O governo pretende aumentar impostos que não necessitam de aprovação do Congresso

O governo pretende aumentar impostos que não necessitam de aprovação do Congresso para tentar tapar um rombo de R$ 30 bilhões nas contas públicas.



Dos sete governadores do PMDB, seis foram jantar com o vice-presidente da República. Antes de recebê-los, Michel Temer falou que é preciso cortar despesas, mas indicou uma possível saída para aumentar a arrecadação: a Cide, contribuição sobre combustíveis.

"Traz recursos para a União e, por outro lado, traz recursos para os estados. Tudo isso vamos ver com os governadores", declara o vice-presidente Michel Temer.

Detalhe: para aumentar a alíquota da Cide o governo não precisa da autorização do Congresso.

O líder do governo no Senado lembrou que  aumentar a Cide gera impacto na inflação porque o aumento seria repassado ao consumidor. Por isso ele também falou que o governo estuda outra proposta, mais restrita: um imposto provisório que incidirá apenas sobre alguns setores da economia.

"Setores que não impactam de uma forma geral a inflação e o dia a dia dos cidadãos. Nós estamos caminhando é nesse sentido", diz o senador Delcídio Amaral (PT/MS), líder do governo no Senado.

O governo corre contra o tempo para mudar a proposta orçamentária que mandou para o Congresso.

A que foi enviada prevê um déficit de R$ 30 bilhões, mas como a equipe econômica já disse que vai trabalhar por um superávit primário de 0,7% do PIB, faltam R$ 60 bilhões para fechar essa conta.

Em Paris, o ministro da Fazenda falou em aumentar o imposto de renda. "Pode ser um caminho. essa que é a discussão que a gente está tendo agora e que eu acho que tem que amadurecer mais rapidamente", afirma Joaquim Levy, ministro da Fazenda.

A reação no Congresso foi imediata. "Eu acho que não há disposição da casa, no meio desse contexto, de votar qualquer aumento", comenta o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), presidente da Câmara.

"Aumento de imposto não passa no Congresso. O governo tem que colocar esta conta em quem deve pagá-la. Não nos mais fracos. Aumentar o imposto de renda, por exemplo, é penalizar a classe média", alerta o senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP).

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